Guia da Integração: Veterano-calouro

Pessoal,
como muitos já me viram em alguns trotes (3 para ser mais exato), eu já me tornei uma figura muito marcante pelos colegas (e marcado pelos professores), e portanto, ao participar do último trote, estou como o Shumacher: depois de fuder a vida de meio mundo de gente, declaro minha aposentadoria.

Não é por arrependimento de ter feito várias pessoas passarem o que eu passei também; acho que o trote é uma tradição que não deveria morrer. Porém, alguns limites têm de ser estabelecidos.

Por essas e outras (MUITAS outras), estarei elaborando por partes, o "Guia da Integração: VETERANO-calouro" - para que o calouro não se sinta desvalorizado, ou até mesmo, inferior aos VETERANOS, o que não é justo.

Aproveitem, e utilizem com moderação.


"Guia da Integração: veterano-calouro"

Capítulo 1: A abordagem inicial

Como qualquer animal, o calouro (também posteriormente referenciado como "bixo") também sente dor, sofre, e possui um limite entre o medo/dor e ódio/reação. Como o objetivo é sempre manter os calouros com um nível de controle aceitável, JAMAIS humilhe o calouro antes do trote. Trate-o apenas com desprezo, é comum, afinal você não precisa ter simpatia por aqueles que você não quer ter.
REGRA, INVIOLÁVEL! : NUNCA faça a besteira de bater ou ameaçar a integridade física do calouro. Seja de modo direto (socos, pontapés) ou indireto (empurrar em um buraco, fazê-lo deitar em um formigueiro) - lembre-se que NÃO ESTÁ RESTRITO SOMENTE A ISSO, PORTANTO USE O BOM SENSO.
Quando todos os calouros estiverem juntos, chame um por um, e pergunte particularmente, se ele tem algo contra as brincadeiras do trote - e especifique! Fale sobre o tipo de tinta que você vai usar, as frutas, e tantas outras coisas. Atenção REDOBRADA, pergunte também sobre alergias que ele conhece (obs: algumas pessoas REALMENTE têm alergia a alguns tipos de tinta, portanto, ponderem!).
Cabelo: Está raspado? Não? Dê a liberdade para eles mesmo rasparem, dê um prazo. Exemplo, as aulas começam na segunda, dê até quarta-feira para eles todos estarem com o cabelo raspado por conta própria. Isso poderá diagnosticar calouros que não estão de acordo com as normas do trote. Não ameace, pergunte o porque, e escute o calouro, ele pode ter um motivo sério para isso (ex: tinha um calouro que era ator, não poderia realmente raspar a cabeça).

Estas são as preliminares para um trote saudável. Porém, para um trote de sucesso, a chave é PRESSÃO PSICOLÓGICA constante. Um bom trote não é violento - pelo contrário, os calouros se divertem -, pois após tanta pressão, os calouros vão ter em mente que o trote será para "sair um ou dois aleijados, mais um em coma...", para então quando acontecer o trote, eles dirão: "era só isso?". Porém, para que dê certo no dia do trote, a pressão deve ser estabelecida desde o primeiro dia. Frisando novamente, NÃO ameace a integridade física JAMAIS. Tente fazê-los apenas imaginar o trote, sendo pesadíssimo. Para isso, utilize de artifícios de persuasão como:1. colegas com dom de oratória, que falam sem gaguejar; 2.colegas que possuem coeficiente de massa corpórea acima de 25; 3.colegas com estética aterrorizante.



Próximo capítulo:
Capítulo 2: Como carregar o pré-trote?
*Dias, horários e lugares;
*Jogos e brincadeiras ridículas;
*O que não fazer.


Mensagem, para todos que leram (ou pegarem trechos, somente) tudo: Apesar disto tudo, o Trote não é mais uma prática recomendável. Foi este o motivo pelo qual deixei as brincadeiras de lado. Mesmo que você siga à risca estas dicas para que o trote não seja violento, pode ocorrer de alguma reação inesperada, ou alguma conseqüência que você não previu(nem eu).
Pensem nos novatos como se fossem seus irmãos, eles irão te suportar quando possível, tente estabelecer uma relação saudável com eles. Vá com eles para as festas de república, etc, para que cresça uma amizade que com certeza irá durar por muito tempo.
Façam a transição para um trote mais humano, e que renda melhores frutos: o Trote solidário.

Abraços!